quarta-feira, 5 de dezembro de 2012


Todos os finais de ano são complicados pra mim, porque geralmente resultam de um ano conturbado (todos foram), logo me trazem algumas perguntas como:

PRA ONDE IREI?

O QUE FAREI?

RECOMEÇAR DENOVO?

É claro que uma série de fatores acrescenta força a esse evento de final de ano, como:

VERGONHA DAS COISAS QUE FIZ.

VERGONHA DAS PESSOAS COM QUEM ME RELACIONEI.

VERGONHA DO MEU PASSADO INTEIRO EM UM LUGAR EM QUE VIVO.

Mas sempre fomentadas pelo maior motivo, que no caso dá o tom “ponto final” em um lugar ou em uma história, este é:

O QUE EU COMECEI ERRADO E DEU ERRADO ESSE ANO, QUE IMPEDE MINHA ESTADA NESSE LUGAR?

Bem, é irônico...

Mas extremamente bem planejado. É claro que não sou um gênio do crime porque senão eu não estaria nesse círculo vicioso a muito tempo, usaria minha inteligência interpessoal acima da média para manipular a meu favor os dados, até faço isso, mas ocorre de forma aleatória...

Mas é o bastante para viver em vários lugares, o bastante para suprir a mim mesmo de desculpas para não enfrentar aquilo e seguir em frente (mais uma vez).

Minha vida é errante e o meu destino é incerto, não planejo nada além do ano em que estou vivo e algo me diz que não vou muito longe e com nada no bolso, mas fazer o que? Sou um Lobo da Estepe, me aproveitando de um momento de não crise para vomitar um pouquinho de verdade. 

O que dizer sobre o contentamento inerente à maioria?
Observo que para uma pessoa comum manter um padrão de felicidade contínuo não precisa de muito, geralmente dificuldades diárias que alternem em intervalos compassados, no vácuo das lutas cotidianas temos o sentimento de liberdade e contentamento. Felicidade é o termo que preenche essas lacunas aonde os problemas são amenizados ou ultrapassados por momentos agradáveis, felicidade, contentamento.
Posso fazer uma observação sobre isso, e é esta a minha grande admiração pelas pessoas normais, pelo cidadão comum que nasce para servir e se apega a essa vida de forma que eu não posso nem mensurar delicada, primordialmente simples, o que é belo, beleza que eu não posso ter e nem cogito tentar mais uma vez (até ser forçado?).
Não consigo manter momentos de felicidade, constantemente sou bombardeado pelo tédio, pela vergonha de momentos felizes que vivi, seguida pelo tédio e desespero de viver. Por que não consigo? Aparato para viver alegre eu tenho, para respirar aliviado depois de um problema resolvido e para estar  contente com as pequenas coisas da vida, mas nem isso tenho mais, nem um sorriso inocente me desperta mais vida como antes, por que?
Posso ver também isso refletido em meus relacionamentos, por que nunca estou feliz com ninguém? Quer dizer camaradas, sei que devo fazer a coisa certa, sei que devo fazer X para conquistar e fazer alguém feliz, mas é tudo tão maquinado e artificial que desconfio seriamente das possibilidades de alguém me surpreender depois de uma semana. Eu conheço, eu desvendo, eu convido à algo subentendido, eu uso, eu não mudo, eu tenho tédio, descarto e esqueço. Não deve ser assim, eu quero ser normal e manter minha felicidade rasa, eu quero sim, mas não posso, sou um poço de frieza escondida por boas atuações. 

terça-feira, 2 de outubro de 2012


A casa foi tomada por traças
Abandonada e esquecida
A invadiram e a mancharam
Desvirtuaram memórias sombrias
Mas o dono voltou e trouxe com ele sussuros e cães

Música 01



Engraçado é que eu pensava que todos sentiam o que eu sentia quando ouvia certas músicas, a melodia entrando pelos ouvidos e tocando toda minha mente, perdido na melodia e levado pela batida, vencido pelo som, absorto enfim até o término. Se existe algo de que sinto falta esse algo é música, é meu único amor, é minha única amiga, me tirem música e estou perdido nas garras da minha mentalidade realista.
Sou tão dependente de música que posso captar a intenção que o compositor tentou externar, o poder da melodia para me conferir alguns minutos de paz, de esperança, de alegria, de ousadia, de terror, de suspense, sim, tudo isso me toca profundamente de forma que vivo eternamente enquanto a melodia se estende e diminuo até me esvair na calmaria pós-melodia.
Sou grato à tantas pessoas por me proporcionarem momentos intensos assim,  grato por me tornarem eterno por alguns instantes, grato por me fundir à única coisa sobrenatural que existe além das outras partículas de vida, a melodia.

Felicidade o termo Inexistente


Uma vez li em um site de conteúdo niilista que o ser humano é condicionado a depositar suas esperanças no futuro, porque é algo além do alcance de suas mãos, ao passo que garante ao passado grande culpa pelo que é e o que possui no presente, também conferindo ao passado certa nostalgia, resultado de momentos que dita como inocentes, felizes. E fomos ensinados que no passado sempre há lembranças boas, que o futuro pode ser bom e que o presente é o campo de batalha, o presente é luta, o presente é ruim. Mas o presente vira passado, certo? A Felicidade então seria um termo utópico?
Confesso que fiquei algum tempo ruminando o assunto, seria a Felicidade uma mentira?  Não podemos voltar ao passado e o futuro sempre estará longe das minhas mãos, se o meu presente sempre é mal então eu nunca fui e nem serei feliz, será? Será que o fato de sentir nostalgia está intimamente ligado ao comportamento que absorvi dos que estavam a minha volta? Quer dizer, todos dizem que o passado foi melhor, mesmo que ruim sempre existem os momentos nostálgicos, de paz, alegria intensa, seriam eles reais ou só memórias reeditadas para tomar o sentido que todos dão? A Felicidade existe?
Eu mesmo posso afirmar que tenho fragmentos de momentos que vivi e julgo felizes, no melhor deles estou deitado na grama sob a sombra de uma árvore conversando com amigos sobre Deus. Naquele momento eu não poderia afirmar que aqueles flashes seriam o que eu me traz algum sorriso ao rosto hoje.

“Pequenos momentos de esperança podem fazer um estrago enorme na sua vida se você tem em mãos um celular ou acesso a internet.”

Imagine a seguinte cena: Você está cruzando de barco o rio Araguaia ao amanhecer, a brisa fria passeia pela sua pele e seus braços se cruzam sobre o peito e então você observa as águas que agora estão tingidas em tons de amarelo cintilante, milhares de pontos luminosos refletidos brilham sob as correntes e a grande estrela aquece sua pele lentamente, mas você ainda tenta encarar o sol, seus olhos se contraem com a forte luz, como se não bastasse, nos fones de ouvido uma música do Legião Urbana soa acústica e poética, um momento para se guardar na memória, certo? Bem, aconteceu comigo hoje, percebi então que eu olhava com respeito a tudo aquilo, com a impressão de que tinha que guarda-lo como memória, como um momento inspirador, mas soava normal, sem sentimentos, sem o ardor que as memórias proporcionam, normal. Apenas a imposição do meu subconsciente sob certos tipos de momentos que deviam ser eternos, deviam. Talvez amanhã eu lembre flashes dessas viagens pelo rio como uma dessas memórias que julgo felizes, mas hoje posso afirmar que não sou feliz e que não existem momentos de felicidade e por que eu afirmo isso? Porque não lembro a música que estava ouvindo.
“Toda paixão avassaladora é egoísta, só existe em nossas mentes para suprir nossa carência de aventuras e vem parar fincar nossas esperanças em algo situado no impossível.”

Eu Sou



Eu sou um nada andante, sou espectro de algo que deveria ser, sou um ser não completo e duvido que possa completar algo.
Sou propaganda vazia, sou conteúdo vencido, sou oposto do que sou, aparentando o oposto do que eu quero (ou acho) que quero ser.
Sou cheio de nada, minha casca é pesada e o meu rosto revela extremidades duplas unidas e confrontantes.
Eu sou palavras voando vazias para o inconsciente coletivo, também vazio cairei no esquecimento que é o que eu mereço, que é o que eu desejo, que é o que terei.

Eu não tenho medo de Deus


Eu nunca tive, aliás, tive no tempo de inocência. Hoje eu vejo que tenho a necessidade de Deus, pois me viciaram na droga espiritual distribuída na igreja. Você recebe letras inspiradoras nas músicas, todo um grupo imerso no mesmo conto de fadas, cara, é muito bom, é perfeito estar em sintonia com as pessoas que acreditam no mesmo que você, mas se ver fora da bolha nem sempre é bom, você está só, você é um ET de satanás porque já não faz parte do grupo, você é o desajustado social e você sente saudade das músicas envolventes, das pessoas guerreando em oração contra a ameaça invisível, do RPG de Jesus.
Até hoje sinto uma pontada de dor quando ouço alguma música religiosa, porque tocam meus sentimentos (e algumas boas memórias), dúvidas me vêm à mente, mas sempre é o mesmo, sempre serei o mesmo desajustado, sem lar e religião. Me viciaram na droga espiritual na igreja, mas é só uma droga, te da conforto momentâneo como as drogas do mundo, mas a realidade da essência errônea tarda mas não demora a vir, cadê você? Cadê o Deus que fez alguém que está programado para desacreditar dele quando as ideias baixam em sua mente? Porque sinceramente eu já cansei de pedir pra que Ele tirasse as dúvidas de mim, me condicionasse a ser como esses medíocres religiosos que conheci que odeio e tenho nojo, mas é o modo para continuar vivendo, sendo mais um. Ainda me aceitam na Bolha, mas eu não acredito mais na Bolha, e agora? Querer crer e ser impedido pela sua própria mente? É irônico, me peguei em vontades de me tornar mais social, mais eu antigamente, infelizmente o processo apenas continuou.

Engodo


  Engodo é uma palavra de define bem o que eu devo ser no final das contas. Complexo até demais falar de problemas, de problemas, problemas que todos têm, problemas comuns, problemas fortes, problemas, todos tem problemas, quem sou eu pra ser mais um pra quem já tem problemas até demais, boa parte dos demais, causados por consequências dos próprios erros antigos que fiz e que acarretaram danos em todos à volta. 
   Que complexo, que problema, mais um problema, causados por outro problema, eu. Por isso sou categórico em afirmar a mim mesmo cem vezes por minuto, que sou engodo, engodo, aresta, engodo. Sabe quando você sabe que nunca vai poder mudar por completo, porque sempre vai pagar pelos erros cometidos? Sabe mesmo? Entende o que é estar preso a um ciclo de mentiras e estratagemas forçados mesmo se forçando a dizer que vai mudar para melhor? 
   Quero saber mesmo é até quando essa ladainha que rezo todo dia vai funcionar um dia, rezo nada, prometo num ato de Fé que me forço a acreditar não ser vazio, valer a mudança, valer o ato de mover-se numa direção contrária a tudo que fiz, ao certo. Por amor aos que me amam e confiam em mim mesmo eu sendo nada, um zero à esquerda, aquele que sempre vai se cobrir de autoelogios pseudo-humildes contra a vontade (nem tanto) para garantir mais alguns sorrisos e elogios deles, nesse caso cheios de orgulho desse filho que queria honrar tudo que recebeu, mas só se encontra como engodo, em tudo, em tudo.
   Vou fazer o favor de esquecer a sensação de que realmente todos à volta são prósperos, felizes à suas maneiras e que sou apenas uma ilha, observando e dando suporte para a vitória de todos eles. Engodo, suporte dos outros. Queria tanto ser como eles, queria que meu passado fosse apagado para começar outra vida, como se fosse outro alguém, queria recomeçar e tentar ser quem eu sonho em ser pra eles que me amam e merecem tanto alguém que os orgulhe, queria, quero, sempre.

domingo, 19 de agosto de 2012



Tenho pensado bastante no termo Catarse, uma experiência de choque que causa uma mudança intensa no indivíduo, logo em a Origem vejo uma frase intensa relacionada ao termo: Quanto maior a mágoa, maior a catarse. Ficar fixado em um termo psicológico aleatório e nos próximos dias lembrar desse termo com pequenas coisas que o faz lembrar do mesmo pairando no dia-a-dia me traz à tona questionamentos de outrora sobre nada ser aleatório, tudo ter um propósito. É certo que a mente chama para a percepção coisas que necessitam de mudanças, essa também é uma boa hipótese para explicar essa atração pela catarse. Mas as coisas que chamaram-me atenção e remeteram-me ao termo estão à parte de mim, poderia minha mente influir na minha realidade para chamar-me atenção de que essa realidade precisa ser mudada? E por que esse texto já tem três camadas de perguntas que por sua vez estão inseridas uma nas outras?

Iria continuar a desenvolver teorias mas este pequeno texto acima já dita o que eu necessito atentar em descobrir uma resposta rápido ou pelo menos chegar ao cerne do que isso significa pra mim. Caso eu já não queira mais entender o que seja pode ser que uma oportunidade de grande saber passou ou a Catarse está completa.

Vampiro Auto-Modificado


Os olhos veem longe,
Possíveis outras portas.
Expectativas que já não eram mais vistas, mortas,
Emergem de um novo ser que porta belas máscaras.

Quando a noite vem e o faz pensar,
Ele decide então ser mais frio, intenso.
Deixa-me olhar profundo então,
Dessa vez sou novo.

Planos interrompidos,
Futuros destroçados.
Algo que tinha de mudar, coragem e controle.
Mais foco e autoafirmação completa a catarse.

Quando a noite vem e o faz pensar,
Ele decide então ser mais frio, intenso.
Deixa-me olhar profundo então,
Dessa vez sou novo.

Você lembra, mas muda a concepção
Em vista das suas utopias refletidas em mim!

Quando a noite vem e o faz pensar,
Ele decide então ser mais frio, intenso.
Deixa-me olhar profundo então,
Dessa vez sou novo.

domingo, 12 de agosto de 2012

Legião & Interpretações

Sempre dizem que por mais que você não seja fã de Legião Urbana pelo menos alguma música deles marcou um momento inesquecível da tua vida. Assim é comigo, ou foi, porque em certo ponto da história me tornei grande fã de Renato Russo. Você sabe quando as tuas ideias comungam com as de outra pessoa, assim é comigo quando ouço Legião Urbana.

Aqui vão as três músicas deles mais importantes para mim, quando digo importantes realmente tem um preço inesgotável em minha mente, flashes vão e vem à cada acorde, pensamentos correm livres com as melodias e inevitavelmente a garganta trava de pesar, melancolia e muita nostalgia.

Segue algumas interpretações encontradas no site Análise de Letras. Pra mim cada uma soam como algo familiar, complexo e talvez não tenha muito haver com a própria temática de cada uma, no entanto achei interessante anexar esses comentários sobre, que fazem total sentido.


Ha Tempos


“Os sonhos vêm e os sonhos vão
E o resto é imperfeito…”

É um resumo da vida, do cotidiano. Toda existência é feita de sonhos; sem sonhos seriamos um vazio, um ser inanimado. Eles se esvaem à medida em que vamos envelhecendo, o que não quer dizer que isto seja ruim, já que outros nascem pra nos fazer acreditar e continuar a viver… No fim, vemos que nossas vidas se resumem a isto, a sonhos nunca realizados por que impossíveis ou fruto do contexto da época em que os criamos. Em sua maioria prejudiciais a nos mesmos. Enfim, “os sonhos vêm, os sonhos vão e o resto é imperfeição”

Comentário by Euclides Vargas — 2 de fevereiro de 2012




Eu Sei





Sinceramente acredito que seja um mistério a ser solucionado o nosso amigo poeta Renato Russo , como sempre um conflito interno nas frases palavras são erros e os erros são seus, não quero lembrar que eu erro também, um dia pretendo descobrir porque é mais forte quem sabe mentir, não quero lembrar que eu minto também…
A verdade é que julgamos eternamente e antes de julgar nossos atos preferimos julgar o dos outros e preferimos sempre buscar os defeitos e não as qualidades. Somos pássaro novo longe do ninho, eternamente imperfeitos….


Comentário by Thiago Ladeira — 20 de junho de 2011




Teatro dos Vampiros


Renato Russo na gravação do álbum MTV Acústico afirmou que a letra falava basicamente sobre a TV (daí o nome Teatro dos Vampiros).
Mas o nome da canção, sem sobra de dúvida, Renato Russo retirou do romance “Entrevista com o Vampiro” da escritora americana Anne Rice.
Lendo o livro ou vendo a sua adaptação para o cinema, encontramos o tal “Teatro dos Vampiros”, uma casa de espetacúlos situada em Paris, onde os vampiros da alta sociedade se encontravam para se divertirem assistindo espetáculos bizarros com frequentes sacrifícios de seres humanos.
Fazendo a analogia entre a letra da canção e a história criada por Anne Rice percebemos que talvez Renato Russo utilizou essa referência para mostrar que os meios de comunicação de massa (como a televisão) muitas vezes funcionam como o Teatro dos Vampiros, onde nós espectadores somos os seres humanos sacrificados.
Esse sacríficio pode ser entendido como o processo de banalização da TV aberta, principalmente no Brasil, onde os programas apresentados não cumprem outra função social a não ser deixar a cada dia a população mais e mais ignorante.
O sacríficio dos espectadores acontece para que os grandes interesses por trás dos meios de comunicação sejam alimentados. Como num teatro ou como num matadouro.


Comentário by Guilherme Alleoni — 15 de janeiro de 2012

A falsa unidade do eu (Hermann Hesse)



Hermann Hesse, in O Lobo da estepe, nos relembra de um dado da nossa existencia que frequentemente passamos por alto: Que somos uma multiplicidade, uma ciranda de reflexos do universo se rearrumando em um ponto de onde irradiamos para todas as partes. Essa caleidoscopia nos remete à noção da identidade múltipla em Fernando Pessoa. Diz Hermann Hesse:

“Nenhum eu, nem mesmo o mais ingénuo, é uma unidade, antes sim um mundo extremamente multifacetado, um pequeno céu estrelado, um caos de formas, estádios e condições, heranças e possibilidades. O facto de cada um por si aspirar a considerar este caos uma unidade, e falar do seu eu como se se tratasse de uma manifestação simples, fixa e solidamente modelada, claramente delimitada – esse engano, que é inerente a qualquer ser humano (mesmo superior), parece ser uma necessidade, uma exigência da vida, como a respiração ou a alimentação. O erro assenta numa simples transferência. De corpo, todo o homem é uno; de alma, nunca. ”



Por Rolando Lazarte em 30/12/2011


Utopia Musical I - Nights In White Satin (Moody Blues)






Noites em cetim branco, nunca chegando ao fim

Cartas que escrevi, nunca intencionadas para enviar

A beleza sempre foi, com estes olhos antes

Simplesmente o que a verdade é, eu não posso mais dizer

Por que eu te amo, sim eu te amo, oh, como eu te amo

Contemplando as pessoas, algumas de mãos dadas


O que estou passando eles não podem entender



Alguns tentam me dizer, pensamentos que não podem defender



O que você quer ser você será no final


E eu te amo, sim eu te amo

Oh, como eu te amo, oh, como eu te amo

Noites em cetim branco, nunca chegando ao fim

Cartas que escrevi, nunca intencionadas para enviar

A beleza sempre foi, com estes olhos antes

Simplesmente o que a verdade é, eu não posso mais dizer

Por que eu te amo, sim eu te amo

Oh,como eu te amo, oh, como eu te amo

Por que eu te amo, sim eu te amo

Oh, como eu te amo, como eu te amo

{Epílogo, falado}

Respire fundo a penumbra


Veja as luzes se apagarem em cada quarto



Bons compositores olham para baixo e lamentam



Energia inútil gasta em mais um dia



Amantes apaixonados lutam como um só



Homem solitário chora por amor e não tem nenhum



Nova mãe pega e amamenta seu filho



Cidadãos idosos desejam ser mais jovens



Esfera insensível comanda a noite



Remove as cores de nossa visão



Vermelho é cinza e amarelo é branco



E nós decidimos o que é certo



E o que é certo é uma ilusão



sábado, 11 de agosto de 2012

O Lobo Sou Eu


"Era uma vez um certo Harry, chamado o Lobo da Estepe. Andava sobre duas pernas, usava roupas e era um homem, mas não obstante era também um lobo das estepes. Havia aprendido uma boa parte de tudo quanto as pessoas de bom entendimento podem aprender, e era bastante ponderado. O que não havia aprendido, entretanto, era o seguinte: estar contente consigo e com sua própria vida. Era incapaz disso, daí ser um homem descontente. Isso provinha, decerto, do fato de que, no fundo de seu coração, sabia sempre (ou julgava saber) que não era realmente um homem e sim um lobo das estepes. As pessoas argutas poderão discutir a propósito de ser ele realmente um lobo, de ter sido transformado, talvez antes de seu nascimento, de lobo em ser humano, ou de ter nascido homem, porém dotado de alma de lobo ou por ela dominado; ou, finalmente, indagar se essa crença de que ele era um lobo não passava de um produto de sua imaginação ou de um estado patológico. É inadmissível, por exemplo, que, em sua infância, fosse rebelde, desobediente e anárquico, o que teria levado seus educadores a tentar combater a fera que havia nele, dando ensejo assim a que se formasse em sua imaginação a idéia e a crença de que era, realmente, um animal selvagem, coberto apenas com um tênue verniz de civilização. A esse propósito poder-se-iam tecer longas considerações e até mesmo escrever livros; mas isso de nada valeria ao Lobo da Estepe, pois para ele era indiferente saber se o lobo se havia introduzido nele por encantamento, à força de pancada ou se era apenas uma fantasia de seu espírito. O que os outros pudessem pensar a este respeito ou até mesmo o que ele próprio pudesse pensar, em nada o afetaria, nem conseguiria afetar o lobo que morava em seu interior.

"O Lobo da Estepe tinha, portanto, duas naturezas, uma de homem e outra de lobo; tal era seu destino, e nem por isso tão singular e raro. Deve haver muitos homens que tenham em si muito de cão ou de raposa, de peixe ou de serpente sem que com isso experimentem maiores dificuldades. Em tais casos, o homem e o peixe ou o homem e a raposa convivem normalmente e nenhum causa ao outro qualquer dano; ao contrário, um ajuda ao outro, e muito homem há que levou essa condição a tais extremos a ponto de dever sua felicidade mais à raposa ou ao macaco que nele havia, do que ao próprio homem. Tais fatos são bastante conhecidos. No caso de Harry, entretanto, o caso diferia: nele o homem e o lobo não caminhavam juntos, mas apenas permaneciam em contínua e mortal inimizade e um vivia apenas para causar dano ao outro, e quando há dois inimigos mortais num mesmo sangue e na mesma alma, então a vida é uma desgraça. Bem, cada qual tem seu fado, e nenhum deles é leve.

"Com nosso Lobo da Estepe sucedia que, em sua consciência, vivia ora como lobo, ora como homem, como acontece aliás com todos os seres mistos. ocorre, entretanto, que quando vivia como lobo, o homem nele permanecia como espectador, sempre à espera de interferir e condenar, e quando vivia como homem, o lobo procedia de maneira semelhante. Por exemplo, se Harry, como homem, tivesse um pensamento belo, experimentasse uma sensação nobre e delicada, ou praticasse uma das chamadas boas ações, então o lobo, em seu interior, arreganhava os dentes e ria e mostrava-lhe com amarga ironia o quão ridícula era aquela nobre encenação aos seus olhos de fera, aos olhos de um lobo que sabia muito bem em seu coração o que lhe convinha, ou seja, caminhar sozinho nas estepes, beber sangue vez por outra ou perseguir alguma loba. Toda ação humana parecia, pois, aos olhos do lobo horrivelmente absurda e despropositada, estúpida e vã. Mas sucedia exatamente o mesmo quando Harry sentia e se comportava como lobo, quando arreganhava os dentes aos outros, quando sentia ódio e inimizade a todos os seres humanos e a seus mentirosos e degenerados hábitos e costumes. Precisamente aí era qua a parte humana existente nele se punha a espreitar o lobo, chamava-o de besta e de fera e o lançava a perder, amargurando-lhe toda a satisfação de sua saudável e simples natureza lupina.

"Era isso o que ocorria ao Lobo da Estepe, e pode-se perfeitamente imaginar que Harry não levasse de todo uma vida agradável e feliz. Isso não quer dizer, entretanto, que sua infelicidade fosse por demais singular (embora assim lhe pudesse parecer, da mesma forma como qualquer pessoa torna o sofrimento que se abate sorte ela como sendo o maior do mundo). Isso não pode ser dito a propósito de ninguém. Mesmo aquele que não tem em seu interior um lobo, nem por isso pode ser considerado mais feliz. E mesmo a mais infeliz das existências tem os seus momentos luminosos e suas pequenas flores de ventura a brotar entre a areia e as pedras. Assim também acontecia com o Lobo da Estepe. Não se pode negar que fosse, em geral, muito infeliz, e podia também fazer os outros infelizes, especialmente quando os queria ou era por eles estimado. Pois todos os que com ele se deram viram apenas uma das partes de seu ser. Muitos o estimaram por ser uma pessoa inteligente, refina e arguta, e mostraram-se horrorizados e desapontados quando descobriam o lobo que mostrava nele. E assim tinha de ser pois Harry, como toda pessoa sensível, queira ser amado como um todo e, portanto, era exatamente com aqueles cujo amor lhe era mais precioso que ele não podia de maneira alguma encobrir ou perjurar o lobo. Havia outros, todavia, que amavam nele exatamente o lobo, o livre, o selvagem, o indômito, o perigosos e forte, e estes achavam profundamente decepcionante e deplorável quando o selvagem e perverso se transformava em homem, e mostrava anseios de bondade e refinamento, gostava de ouvir Mozart, de ler poesia e acalentar ideais humanos. Em geral, estes se mostravam mais desapontados e irritados do que os outros, e dessa forma o Lobo da Estepe levava sua própria natureza dual e discordante aos destinos alheios toda vez que entrava em contato com as pessoas."

in O lobo da estepe
Herman Hesse
direitos da tradução: Editora Record

A mudança em Teen Idle

O choque é necessário para a mudança, mas se dispor a mudar é mais vital ainda, sem contar que se o indivíduo não se move para algo novo, longe de sua área de conforto, longe dos lugares conhecidos, longe das pessoas do passado se torna algo quase impossível. Choque > Mudança de Pensamento > Mudança de Objetivos > Mudança de Lugar > PROCESSO DE CATARSE COMPLETO.






Jovem Ocioso
Eu quero ser uma loira oxigenada
Não sei porquê, mas eu me sinto enganada
Eu quero ser uma jovem ociosa
Eu queria não ter sido tão comportada
Eu quero ficar dentro de casa o dia todo
Eu quero que o mundo suma
Eu quero sangue, tripas e bolo de chocolate
Eu quero ser uma verdadeira mentira

É, eu gostaria de ter sido
Eu gostaria de ter sido um jovem, jovem ídolo/ocioso
Gostaria de ter sido rainha do baile, lutando pelo título
Ao invés de ter dezesseis anos e estar queimando uma bíblia
Me sentido super, super, super, suicida

Os anos perdidos, a juventude desperdiçada
As lindas mentiras, a verdade feia
O dia chegou em que eu morri
Só para descobrir que eu vim à vida

Eu quero ser uma pura virgem
Uma puta do século 21
Quero de volta a minha virgindade, para que eu possa me sentir plena
Eu quero beber até sofrer
Eu quero fazer um grande erro
Eu quero sangue, tripas e Pão-De-Ló
Eu vou vomitar tudo isso de qualquer jeito

É, eu gostaria de ter sido
Eu gostaria de ter sido um jovem, jovem ídolo/ocioso
Gostaria de ter sido rainha do baile, lutando pelo título
Ao invés de ter dezesseis anos e queimando uma bíblia
Me sentido super, super, super, suicida

Os anos perdidos, a juventude desperdiçada
As lindas mentiras, a verdade feia
O dia chegou em que eu morri
Só para descobrir que eu vim à vida

Vim à vida, vim à vida

Eu queria não ser tão narcisista
Eu queria que eu realmente não beijasse o espelho quando estou sozinha
Oh Deus, eu vou morrer sozinha
Adolescência não fez sentido
Uma pequena perda de inocência
Os horríveis anos sendo uma tola
A juventude não foi feita pra ser bela?

É, eu gostaria de ter sido
Eu gostaria de ter sido um jovem, jovem ídolo/ocioso
Gostaria de ter sido rainha do baile, lutando pelo título
Ao invés de ter dezesseis anos e queimando uma bíblia
Me sentido super, super, super, suicida

Os anos perdidos, a juventude desperdiçada
As lindas mentiras, a verdade feia
O dia chegou em que eu morri
Só para descobrir que eu vim à vida
Só para descobrir que eu vim à vida
Só para descobrir que eu vim à vida
(Vim à vida)
(Me sentindo super, super, super)
(Me sentindo super, super, super)
(Me sentindo super, super, super)


Oração

Quando o sol sob a colina for,
E o teu leito em chamas te prender,
Mantenha a mente neutra se puder,
Enquanto memórias vem.

O calor é insuportável é,
Nesse quarto escuro tão real,
Lágrimas subentendidas,
Sufocando gritos.

O que vai fazer?
O que você vai fazer?
E o seu plano qual é?
O dia vai nascer,
Ele já vai nascer,
E o seu plano qual é?

Tudo aquilo que tocou, você destruiu,
A sua queda é merecida.
Apenas deturpou, não evoluiu,
O sol está nascendo.

O calor é insuportável é,
Nesse quarto escuro tão real,
Lágrimas subentendidas,
Sufocando gritos.

O que vai fazer?
O que você vai fazer?
E o seu plano qual é?
O dia vai nascer,
Ele já vai nascer,
E o seu plano qual é?

Tudo aquilo que tocou, você destruiu,
A sua queda é merecida.
Apenas deturpou, não evoluiu,
O sol está nascendo.

Transforma morte em vida, morte em vida.
Transforma morte em vida, morte em vida.
Transforma morte em vida, morte em vida.
Transforma morte em vida, morte em vida.

Chuva ácida no céu,
Queima tudo que restou,
Toma as cinzas do meu eu,
Torna-me alguém melhor.

O meu ego já se foi,
Minha imagem se perdeu,
Exilado dentro estou,
Leva-me pra longe.

Vejo o monstro que eu fui,
O vazio que venceu,
Tanto sangue em minha mão,
Tanta vida se perdeu.

Só peço a chance de tentar,
Reverter por esquecer,
Esquecer então entrar,
Numa nova vida.

Transforma morte em vida, morte em vida.
Transforma morte em vida, morte em vida.
Transforma morte em vida, morte em vida.
Transforma morte em vida, morte em vida.

Refúgio

Luz, incidindo sobre mim,
Sobre olhos que fechados estão.

Luz, me acorda de manhã,
Vem para um dia cinza anil.

Como um filme ruim, repetindo mais e mais.

Doce lar, sonhos desconexos mil,
Doce lar, torpor doce, sonhos meus.

Paz, quando a noite chega enfim,
Paz, quando em mim é escuridão.

Em paz estou até que venha a luz.

Doce lar, sonhos desconexos mil,
Doce lar, torpor doce, sonhos meus.

Aonde vou sem pensar no amanhã,
A paz.
A paz, meu leito é pra mim,
Meu doce acalentar,
A paz.

A segurança, o refúgio, a paz.

Doce lar, sonhos desconexos mil,
Doce lar, torpor doce, sonhos meus.

Catarse

Vou me tornar algo melhor, algo que sempre detestei,
Viver aonde a linha do limite é tênue e morrer,
De forma que possam dizer, que pelo menos reagiu,
Moveu-se em prol da redenção, ao simples então retornou.

É eu quero, sim eu quero ser como aqueles,
Que se identificam e que se completam.
Vivendo de risos e desgraças que conquiste,
Dançando com um futuro tão medíocre.

Eu vou estar, eu vou passar,
Sem pensar muito, questionar,
Que essas palavras marquem então,
O dia que regresso ao nada.

O suicídio, um sonho ruim,
De uma vida que passou.
De uma pessoa que viveu,
Que não fui eu, não foi ninguém.

É eu quero, sim eu quero ser como aqueles,
Que se identificam e que se completam.
Vivendo de risos e desgraças que conquiste,
Dançando com um futuro tão medíocre.

Eu vou estar, eu vou passar,
Sem pensar muito, questionar,
Que essas palavras marquem então,
O dia que regresso ao nada, à vida.

Eu quero ter dois filhos e viver,
Em uma rua arborizada e,
Sofrer de escolhas tão comuns,
Morrer de forma tão comum,
Lembrado como alguém comum,
E esquecido logo então.

Ao todo que era meu lugar,
Quando nasci, vou retornar,
É lindo o fato de pensar,
E mais ainda não olhar.

É eu quero, sim eu quero ser como aqueles,
Que se identificam e que se completam.
Vivendo de risos e desgraças que conquiste,
Dançando com um futuro tão medíocre.

Eu vou estar, eu vou passar,
Sem pensar muito, questionar,
Que essas palavras marquem então,
O dia que regresso ao nada, à vida.

Pt: 03 - O Alimento Utópico das Aves do Mal

Nós desejamos voltar, mas isso é impossível.






E assim termina a trilogia de vídeos sobre as Aves do Mal, o conteúdo também foi em boa parte postado.

Quem sabe um dia as Aves produzam mais material, estarei postando.

PS: Esse monólogo é muito estranho.

Aves do Mal: Pensamentos Vagantes

A escória cognitiva e comportamental da sociedade habita lugares diversos, tem relações diversas, finge ser o que não é. Está tão bem camuflada que pode não ser identificada facilmente, salvo por alguns tropeços.

(Ave do Sul)



É estranho, mas talvez não queira melhorar. É como se machucasse e divertisse ao mesmo tempo.

(Ave do Sul)



Penso em tudo, penso em detalhes que ninguém pensaria, tenho ideias. Mas na prática, na melhor das possibilidades, tudo sai pela metade, sem indícios de persistência a médio e longo prazo.

(Ave do Sul)



Pense em um estado apático, desanimado, angustiado ou enraivecido pelo qual passa alternadamente em alguns momentos da sua vida. Agora se imagine em tal imbróglio por 90% das 24h do dia, durante a quase totalidade dos dias. Perfeito, você acaba de ter um pouco de empatia.

(Ave do Sul)



Estamos empanturrados pela comparação com os outros e sedentos por sentido existencial.

(Ave do Sul)




Só sou feliz quando estou fora de mim, quando estou feliz não sou mais eu, logo quem gosta do meu comportamento feliz não gosta de mim propriamente. Triste realidade!

(Ave do Norte)




Por que eu tenho que sangrar, ver o sangue escorrer, machucar a ferida e ainda ter de criar teorias sobre a situação?

(Ave do Norte)




As Aves clamam por redenção, transcender através do simples, retornar à inocência, por voltar ao início aonde ainda fazia sentido sonhar.

(Ave do Norte)

Pt: 02 - Aves do Sul & Norte


E no meio do vazio que corre dentro como um rio veio a acontecer de duas Aves do Mal descobrirem que não estavam à sós, ainda perdidas, mas não à sós.



Aves do Mal: Marina & The Diamonds [2]


No vale das bonecas dormimos, dormimos
Tem um buraco dentro de mim, de mim
Nascido com um coração vazio para destruir com amor, oh
Construído com um coração quebrado desde o início, e agora eu vou morrer lentamente

No vale das bonecas dormimos
Tem um buraco dentro de mim
Viver com identidades
Isso não me pertence

Na minha vida eu tenho até aqui
Agora estou pronto para o último hurra
Morrer como uma estrela cadente
No vale, no vale
No vale

Escolha uma personalidade de graça
Quando você se sentir como o corpo de ninguém,
Nascido com um coração vazio para destruir com amor, oh
Construído com um coração quebrado desde o início, e agora eu vou morrer lentamente

No vale das bonecas dormimos
Tem um buraco dentro de mim
Viver com identidades
Isso não me pertence

Na minha vida eu tenho até aqui
Agora estou pronto para o último hurra
Morrer como uma estrela cadente
No vale, no vale
No vale

Voltando ao zero, aqui nós vamos de novo, de novo
Correndo para o esquecimento
Voltando ao zero, aqui nós vamos de novo, sentindo o fim se aproximando, o fim

No vale das bonecas dormimos
Tem um buraco dentro de mim
Viver com identidades
Isso não me pertence

Na minha vida eu tenho até aqui
Agora estou pronto para o último hurra
Morrer como uma estrela cadente
No vale, no vale
No vale, no vale
No vale

(Valley Of The Dolls)

Pt: 01 - Levantem-se Aves do Mal


Devaneios sobre como é ser uma Ave do Mal, o primeiro de alguns que serão postados com objetivo de reunir indivíduos que também se sentem assim, Aves do Mal.







Diariamente ouço dizerem que tenho tudo para dar certo. Fico me perguntando o que falta... Sei a resposta, e ao mesmo tempo não sei precisar o que é.

(Ave do Sul)




Deixa-me chorar meu destino cruel e suspirar pela liberdade.

(Era-Journey)



Aves do Mal: Pensamentos e Diálogos

É tão destrutivo... uma hemorragia mental que vem e passa tão rapidamente... e volta... e vai embora... montanha russa que se apega e não larga mais... emoções e sensações efêmeras, degradantes... me deixem em paz!

(Ave do Sul)



A casca está ruindo, tenho medo por todos se alguém contemplar por completo meu monstro interno.

(Ave do Norte)




Uma hora me considero à parte, diferente, outras essa verdade é pressionada contra mim, o que eu queria era ser inocente, voltar ao início e interromper-me a mim mesmo quando dei início ao que me tornou o que sou.

(Ave do Norte)




Diálogos...

"Ave do Norte: o que importa é ser feliz
a verdade só faz a gente pior
Ave do Sul: é
a maldição de saber a verdade... às vezes me sinto privilegiado, às vezes como sendo a erva-daninha da horta dos outros
Ave do Norte: Faca de dois gumes,
é isso que somos
Ave do Sul: pessoas como nós não podem ser caracterizadas pelos outros
eles nunca acertam nosso estado atual... nem nós mesmos acertamos"




O vácuo me possui, eu simplesmente não vejo futuro em frente aos meus olhos.

(Ave do Norte)





Diálogos...

"Ave do Norte:
ser eternizado no folclore, meu sonho
Ave do Sul: seremos o terror das próximas gerações
Ave do Norte: queria ser lembrado por outros feitos,
mas isso é utópico
Ave do Sul: utopia...
é tudo que parece nos restar
Ave do Norte: Utopia é o ar que ainda circula"




Até Deus, meu único amigo eu matei.

(Ave do Norte)





A madrugada se aproxima e tenho medo de mais uma vez cair na armadilha da insônia. Sei que as sensações de morte são cada vez mais frequentes e categóricas... e a quem recorrer em meio ao inferno?

(Ave do Sul)





Um amontoado de emoções, confusas, múltiplas, contraditórias, sobre um plano de fundo chamado vazio existencial; tudo isso coberto por uma pele humana. Eis o que somos.

(Ave do Sul)





Mesmo podendo ser quem eu quiser, continuo apenas casca com essência ruim.

(Ave do Norte)




Dualidade maldita!

(Ave do Norte)



Sinto-me bem escutando algumas músicas, vendo alguns filmes e lendo alguns livros. Eles alimentam minhas utopias.

(Ave do Sul)




Aves do Mal: Marina & The Diamonds e as Aves






Dona de casa, Rainha da Beleza, Destruidora de Lares, Ídolo Teen.
Rainha da falta de identidade,
Eu sempre me sinto como outro alguém,
Um mito vivo.
Eu cresci em uma mentira!
Eu posso ser qualquer um!
Um estudante da identidade e ilusão,
Um filme vivo,
Uma falsa de verdade!
E você nunca vai saber (...)

(The Archetypes)





Todo dia eu sinto o mesmo,
Presa, e eu nunca posso mudar
Sugada para um balão preto,
Cuspida em um quarto vazio

Será que realmente vale a pena?
Será que eu realmente mereço?
Isso acontece quando você está ferido
Isto me tira da superfície
Do meu coração
Do meu coração

Eu estou vivendo morta, morta, morta, morta,
Apenas vivo,vivo,vivo,vivo,
Quando eu finjo,finjo,finjo,finjo
Que eu morri, morri, morri, morri,

Eu não tenho vivido a vida
Eu não vivi o amor
Apenas a vista do olho do pássaro
Do céu acima
Eu estou morta, morta, morta, morta,
Eu estou vivendo morta,morta,morta,
Morta

Tenho plástico bolha em volta do meu coração
Esperando minha vida começar
Mas todos os dias isto nunca vem
Permanentemente em um quadrado

Quando é tarde da noite
Estou muito insatisfeita
Na espera por uma vida vazia
Nós aborrecemos à luz da lua
À luz
À luz,luz,luz,

Eu estou vivendo morta, morta, morta, morta,
Apenas vivo,vivo,vivo,vivo,
Quando eu finjo,finjo,finjo,finjo
Que eu morri, morri, morri, morri,

Eu não tenho vivido a vida
Eu não vivi o amor
Apenas a vista do olho do pássaro
Do céu acima
Eu estou morta, morta, morta, morta,
Eu estou vivendo morta,morta,morta,
Morta

Deitado em uma névoa brilhante e eu
Penso em todos os homens que
Eu poderia ter beijado

Eu não tenho vivido minha vida
Eu não vivi o amor
É apenas uma visão panorâmica
De cima

Eu estou vivendo morta, morta, morta, morta,
Apenas vivo,vivo,vivo,vivo,
Quando eu fingir, finjo, finjo, finjo
Que eu morri, morri, morri, morri,

Eu não tenho vivido a vida
Eu não vivi o amor
Apenas a vista do olho do pássaro
Do céu acima
Eu estou morta, morta, morta, morta,
Eu estou vivendo morta,morta,morta,
Morta

(Living Dead)


Aves do Mal: Devaneios sobre a Essência Maldita



A existência das Aves do Mal se resume à um vazio cortante, coberto por uma casca multifacetada que é capaz de produzir e participar de encenações quase perfeitas.

(Ave do Norte)



Complexo e subversivo.

(Ave do Sul)



"Certos indivíduos não manifestariam calor afetivo e suas expressões emocionais seriam formais, semelhantes às de 'um ator tecnicamente bem treinado, mas a quem falta algo da vida real'. As personalidades 'como se', apesar de parecerem muito bem ajustadas à realidade, funcionariam, na verdade, como 'camaleões humanos' que imitam e se identificam passivamente com o meio ambiente, manifestando uma contínua disposição em adotar as atitudes ou reações que se esperam deles. O indivíduo não teria, portanto, desenvolvido uma personalidade unificada e singular, mas sim, uma personalidade múltipla, volúvel e que muda ao sabor da maré."

O texto acima, retirado de um site, faz uma boa descrição . Assim são muitos. Camaleões humanos. Zumbis. Assim sou eu. Mas não estou só. São milhões ao redor do mundo. Somos doentes e ao mesmo tempo não somos.

(Ave do Sul)



Nuvens que anunciam tempestade se instalam, tornando o dia mais escuro, ocultando os raios de sol. Um redemoinho de emoções e sentimentos que torna a vida (ou seria sobrevivência?) mais pesada, mais sem sentido. As barreiras do sofrimento parecem ser intransponíveis.

(Ave do Sul)



É como morrer de sede, mesmo com centenas de litros de água fresca e potável ao meu redor. É como morrer de fome, mesmo estando diante de pratos apetitosos. Sem poder usufruir de nada disso...

(Ave do Sul)



Quando a insônia surge, traz consigo todos os problemas, passados, presentes e futuros. Problemas reais e imaginários. A madrugada se torna um terror. Sono, onde estás? Imploro que me salves por algumas horas...

(Ave do Sul)



Tenham fé (ou não). (rs)

(Ave do Sul)



Mil perdões não vão soar melhor que mais um escape,
É só mais um escape e terror, covardia é não fugir,
Quando não posso conviver, quando não podem conviver comigo.

(Ave do Norte)



Os abutres não precisam me dizer que a linha final está se aproximando.

(Ave do Norte)




Não precisam me dizer quando não sou bem-vindo, obviamente estarei a Km's de distância no segundo num piscar de olhos carregado de desprezo.

(Ave do Norte)




Dentro o vazio corrói, fora a casca se desintegra, olhar para trás causa náuseas e olhar para frente requer uma dose de ironia fora de série para observar algo além do vácuo.

(Ave do Norte)




Monólogo, Aves & Backup.

Monólogo - É bom manter esse diálogo comigo mesmo escrevendo, comigo apenas porque esse blog não vem com intuito de ser divulgado e sim de serventia pessoal do Manoel, aquele estranho que posta coisas suicidas, depressivas, niilistas, sem graça. Ele sempre quis saber o porque de ser como é, se existiam mais pessoas que se sentiam como ele, se o que ele sentia era provocado por alguma doença de cunho psicológico ou sofria filosoficamente de algum grupo de pessoas assim, que soavam subentendidas.


Aves - Logo ele viu que sim, existiam mais pessoas como ele, nem preciso detalhar como são, o blog é uma prova concreta e explicativa dessa personalidade. Ao encontrar mais pessoas como ele, principalmente um grande amigo que ele mesmo julgava seu reflexo, vice-e-versa, no espelho, então criaram um arquétipo para essas pessoas de comportamento X, nesse ponto estou sendo bem incisivo pois o Arquétipo, advindo dos conceitos de Jung talhou uma nova face para pessoas como eles. Eles então se tornaram as Aves do Mal.


Backup - Muito material foi coletado, muito foi pesquisado pelos dois amigos e consequentemente muito foi produzido, além de conversas aleatórias carregadas de teorias sobre os mais diversos temas dentro do universo das Aves do Mal, também foi criado uma página no youtube com uma série de videos sobre as Aves e uma página no Facebook aonde postavam informações e pensamentos que vagavam nas mentes sedentas. No começo havia um intuito de contactar outras Aves através dessas portas, mas divulgar algo tenebroso não é fácil por isso a ideia de comungar com outros além deles se perdeu. Mas não as informações.
Para que tomassem um aspecto mais caricato, mais incisivo os dois postavam com codinomes, Ave do Norte e Ave do Sul, a partir disso muito foi construído, para o legado das Aves. Manoel é a Ave do Norte e tudo que foi postado sobre elas virá pra cá como forma de preservação desse conteúdo.










Casca mutilada, multifacetada, várias extremidades e todas as faces intensas.

Casca vazia, Casca Cheia de nada, Casca demasiadamente cheia de tudo e prestes à explodir.

Casca feia, Casca descartável, complexo e redenção, assina geneticamente o nome da Casca.

Apenas Casca, que não deve ser notada até desaparecer.

(Ave do Norte)

Hiato e Recomeço

Esse blog sempre foi meu legado, mesmo sabendo que as letras que componho em sua maioria tratam do meu aspecto interior, e que esse interior é em grande parte obscuro e suicida, sempre foi meu legado, meus gritos codificados em letras.
Pensei que em algum dia eu desistiria de escrever, talvez porque enfim teria encontrado a felicidade que tanto almejo, mas não, estou aqui mais uma vez, o futuro feliz é uma utopia até que eu me prove o contrário.
Recomeços sucedem hiatos e assim a vida caminha, rápida para uns, lenta para outros. Até mais, quem sabe na frente alguém (ou eu)leia tudo isso e veja que foi verdadeiro, tudo que se passou dentro, inerte e de cabeça baixa por fora, tempestade e terremotos por dentro, por tanto tempo.

Continuamos, todas as Aves, em busca do processo de catarse completo.

Engodo

Engodo é uma palavra de define bem o que eu devo ser no final das contas. Complexo até demais falar de problemas, de problemas, problemas que todos têm, problemas comuns, problemas fortes, problemas, todos tem problemas, quem sou eu pra ser mais um pra quem já tem problemas até demais, boa parte dos demais, causados por consequências dos próprios erros antigos que fiz e que acarretaram danos em todos à volta.
Que complexo, que problema, mais um problema, causados por outro problema, eu. Por isso sou categórico em afirmar a mim mesmo cem vezes por minuto, que sou engodo, engodo, aresta, engodo. Sabe quando você sabe que nunca vai poder mudar por completo, porque sempre vai pagar pelos erros cometidos? Sabe mesmo? Entende o que é estar preso a um ciclo de mentiras e estratagemas forçados mesmo se forçando a dizer que vai mudar para melhor?
Quero saber mesmo é até quando essa ladainha que rezo todo dia vai funcionar um dia, rezo nada, prometo num ato de Fé que me forço a acreditar não ser vazio, valer a mudança, valer o ato de mover-se numa direção contrária a tudo que fiz, ao certo. Por amor aos que me amam e confiam em mim mesmo eu sendo nada, um zero à esquerda, aquele que sempre vai se cobrir de autoelogios pseudo-humildes contra a vontade (nem tanto) para garantir mais alguns sorrisos e elogios deles, nesse caso cheios de orgulho desse filho que queria honrar tudo que recebeu, mas só se encontra como engodo, em tudo, em tudo.
Vou fazer o favor de esquecer a sensação de que realmente todos à volta são prósperos, felizes à suas maneiras e que sou apenas uma ilha, observando e dando suporte para a vitória de todos eles. Engodo, suporte dos outros. Queria tanto ser como eles, queria que meu passado fosse apagado para começar outra vida, como se fosse outro alguém, queria recomeçar e tentar ser quem eu sonho em ser pra eles que me amam e merecem tanto alguém que os orgulhe, queria, quero, sempre.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Deixa-me Voltar.

Tão formidável quando se procura por caminhos que não existem, não existem.
Interessante quando não há mais caminho para se trilhar, te aceitarão de volta?
Prefere ainda o nada?

Nenhum lar, nem abrigo algum, está perdido em meio à mente em expansão.
Já não há lugar, nem aceitação, vagando por extremos incomuns.

Deixa-me voltar aonde começou,
Deixem cortar as asas quando pensei em desbravar além.
Deixa-me voltar, ou deixa-me partir,
Sem traços que um dia existiu alguém assim,
Ou só me deixe só.

Doando cada força que existe dentro a terceiros,
Mas já não preenche, deveria atravessar-me.
Os sorrisos simples, sonhos infantis, fé inabalável, deviam persistir,
Escapam pelos dedos de minhas mãos.

Não há lar mesmo para quem não sabia que devia esquecer.

Deixa-me voltar aonde começou,
Deixem cortar as asas quando pensei em desbravar além.
Deixa-me voltar, ou deixa-me partir,
Sem traços que um dia existiu alguém assim,
Ou só me deixe só.

Desejo ardentemente que me desfaça por entre o ar, memória que vai passar.
Que não toque no que é feliz, que não sonhe com a cura mais, somente desaparecer nada a mais.

Deixa-me voltar aonde começou,
Deixem cortar as asas quando pensei em desbravar além.
Deixa-me voltar, ou deixa-me partir,
Sem traços que um dia existiu alguém assim,
Ou só me deixe só.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Canção do Refúgio

Céus que derramam lágrimas por sobre a plantação,
É nas densas tempestades que vou permanecer.

Abraço nuvens de terror, tornando-me só um,
Apenas clamo intensamente a elas, que escondam toda luz que sai daqui.

Eu tentei não me esconder aqui, nem ventos, nem temporais, sair.
Não me aponte então, algo que eu deveria ser.

Intenso o reflexo sufocando o meu sorrir,
Penetrando toda a casca, fere ainda mais além.

Mas persisto atuando por alguém que não sou eu.
Não me diga coisas tolas, que há cura ou que sou
Alguém que devia agradecer por ser assim.

Eu tentei não me esconder aqui, nem ventos, nem temporais, sair.
Não me aponte então, algo que eu deveria ser.

Céus que derramam lágrimas por sobre a plantação,
E as lágrimas vazias correm dentro como um rio.

Estarei perdido entre sonhos e finais que eu criei,
Acontecem e terminam todos dentro sempre.
Acontecem e desconcerto sem saber.

Eu tentei não me esconder aqui, nem ventos, nem temporais, sair.
Não me aponte então, algo que eu deveria ser.

Eu nunca deveria sair,
Não me aponte então, algo que eu deveria ser.

sábado, 28 de janeiro de 2012

O Fluxo das Águas

Eu quero seguir os rios porque os rios não retrocedem, sei que suas correntes cristalinas um dia chegarão à imensidão, meu vazio então poderá se juntar ao todo, farei parte de tudo, serei parte de algo, algo imenso.
Os rios correram no dia em que a criança sentiu fome, os rios a trouxeram, os rios a levaram pura, sei que suas correntes lavaram suas feridas, na imensidão ela não se sente só.
É semelhante a uma onda imensa a devoção, quando o amor sangra feliz pelo simples fato de agir. Quando a mãe sofre pelo filho, quando a mãe luta pelo casamento, quando a mãe se corta em favor da família, sei que rios correm através dela.
Apaixono-me por sentimentos primários, porque a beleza é simples, a beleza queima, a beleza é intensa, a beleza é a verdade e nós somos somente cegos nadando nos rios em busca da mesma.
Ah como eu quero me perder nas águas do esquecimento, mas se eu pudesse apenas retornar para observar o que as águas levam transbordaria de paz. Como eu seria feliz se apenas pudesse observar, observar sem ser visto, seria feliz.
As vezes vejo as águas fluindo naturalmente, num casal de idosos, é evidente que a chama da paixão acaba, não, ela não acaba, os rios a levam e trazem respeito, que é a maior demonstração de fidelidade entre duas pessoas, o respeito é um fruto das águas, as águas devem fluir.
Não se pode parar o fluxo das águas, o destino de todos é o todo, somos todos rios que correm para um ponto de paz, vagamos às vezes sem sentido, mas sempre estamos em movimento progressivo, mesmo nos momentos em que o fluxo parece retroceder.
Alguns olhos podem observar outros rios, alguns olhos podem ver através dos rios, os olhos queimam de paz ao ver a pureza, mas sempre desejam o todo. Os olhos choram por não poderem pertencer a outras realidades, a única realidade dos olhos são as correntezas que fluem através das suas lágrimas de desejo. Mas os olhos desejam pertencer a algo, desejam se perder em favor de pertencer a algo maior, deixe-nos chorarem em favor de suas próprias redenções, deixem-nos seguir seu curso.
Eu quero seguir os rios até que então desfaça minha essência em algo maior, não temo por perder a consciência que com dor foi moldada, apenas quero descansar nas águas de mansidão, na imensidão, me perder com apenas um resquício de reafirmação, o de que pertencerei a ao todo, farei parte de tudo, serei parte de algo, algo imenso.

Templo de Arquétipos dos Mil - Manoel Carneiro

Reinam nesse castelo, morte e vida, paz e caos.
Reinam o suicida, todas as vidas, mil reféns.

Força oposta, grande mal,
Dominantes, um por vez.

Toma-me, queima-me, torna-me farol,
Brilha em mim, toda dor enquanto houver,
Decifra-me,
Templo de arquétipos dos mil.

Nobres e traidores, mártires santos e o santo fogo, venham já!
Venham, para o banquete onde a cabeça é de voz.

Porque não pode morrer, o torturem, pois não vai.

Toma-me, queima-me, torna-me farol,
Brilha em mim, toda dor enquanto houver,
Decifra-me,
Templo de arquétipos dos mil.

Vem, sinta compaixão,
Sinta dor ou nojo aqui, em mim.

Reze, para que um Senhor,
Mate seus rivais e assuma a casca então.
Que seja um!
É o mal?
É o bom?
É o neutro?
Quem é Deus?

É o mal?
É o bom?
É o neutro?
Quem é Deus?

O Senhor do Templo tem mil faces fortes e fracas todas são.
Quando o Templo então cair, liberta a casca.
O Senhor do Templo são mil vozes em fúria sobre o altar.
E o Templo vai cair, vai cair, vai cair, já não há forças nas colunas de terror.
E o pesar, o chorar, dos que observam chamas no altar.
Vai cair, vão cair, só as chamas purificam o Refém,
O Refém, o Refém, que abraça o Poder, o Refém,
Vão cair inocentes lágrimas dos que nada vem, além dessas chamas no altar.

Entre e contemple o vazio, se é puro.
Entre, pois os Deuses são vazios,
Só a Ave que também leva o sacrifício em si,
Só a Ave que também é um templo pode ver,
Só um Templo pode então ter colunas de terror,
Ter os olhos de terror, reconhecer Terror em si,
Perceber que não é um, mas que ainda está só.
Voar alto sobre o céu, sobre as nuvens do luar,
Afastando-se dos bons, afastando-se por bem,
Pelo bem do puro que tenta entender o mal,
Tenta tocar o poder e seu sangue queima então.
Só a Ave pode ver, só a Ave entendeu.

Caia então o Templo Mal,
E liberte a Ave então.

Caia toda maldição,
Caia então, Caia então,
Caia então, Caia então,
Caia então, Caia então,
Caia então, Caia então!

Toma-me, queima-me, torna-me farol,
Brilha em mim, toda dor enquanto houver,
Decifra-me,
Templo de arquétipos dos mil.

Toma-me, queima-me, torna-me farol,
Brilha em mim, toda dor enquanto houver,
Decifra-me,
Templo de arquétipos dos mil.

Rios de Paz - Manoel Carneiro

Onde a Fé era escudo já não há força alguma aqui.
Pronto estou para a espada e a voz que cantava cessou.

Estranho sorriso desponta em mim.

Fé que outrora embalou, fortaleceu,
Vela o que a negou,
Entrando nos Rios de Paz.

Clamo agora pelo Nada, não reclamo o Paraíso lá.

E o vácuo preencherá meu ser.

Deus que outrora me abençoou, me confortou,
Foi minha culpa, acreditar é para o bom coração.

Chuva eterna sobre mim e meu ser,
Rios fluem do nada e vazios,
Atravessam o que eu fui, apagam-me,
E as dores que já não são, me levam pros Rios de Paz.

Não reclamo o Paraíso lá.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Deixe-me Entrar - Manoel Carneiro

Dia 25, risos,
Dia 20 e algo a mais sustenta que tudo vai desmoronar,
Vai quebrar!

Quebrar as emendas, quebrar,
Quebrar as desculpas tão esfarrapadas,
Todos os prazos vão ruir,
Vão desmoronar!

Enquanto houver mais, enquanto houver quase nada,
Quase nada, pra ter.
Enquanto houver paz, enquanto houver qualquer coisa,
Quebrável, lá estará a carta que pode salvar.

Recolham as máquinas agora,
Quero negociar com sentimentos em fogo,
Se puder negociar, sinta a dor, tome-a.

Olhe nesses olhos falhos, olhe para mim,
Deixe meu discurso envolver o que toca dentro aí,
Onde somos um e você maior.

Enquanto houver mais, enquanto houver quase nada,
Quase nada, pra ter.
Enquanto houver paz, enquanto houver qualquer coisa,
Quebrável, lá estará olhos em chamas a te torturar.


Falhas têm de ser vetadas, esse é o plano a se seguir,
Deixe-me entrar mais fundo, convencer que deve me abraçar.

Enquanto houver mais, enquanto houver quase nada,
Quase nada, pra ter.
Enquanto houver paz, enquanto houver qualquer coisa,
Quebrável, lá estará a gratidão que infla os egos bons.

Agir - Manoel Carneiro

Seguido pelas ruas por algo que criei,
Não importa o que criei, sei que é algo ruim.

Perdido bem no olho de um macro -furacão,
Revendo as chances de escapar sem um dano maior.

Sem solução melhor, não, nao há, desejo consertar, eu vou.
Tornando o sono outra vez melhor e mais calmo, eu vou.

Eu vou pensar por uma noite em mim,
E decidir não pensar mais em mim,
E consertar o que fiz do que restou, de mim, o que restou?

E eu preciso ...

Preciso organizar as coisas como estão,
Não podem mais ficar como estão,
Não mais por mim, mas por quem eu envolvi,
Não posso envolver.

Vou agir, a hora chegou.

Correndo contra o tempo, juntando o que restou,
Escolha as respostas como nunca escolheu!

Sem solução melhor, não, nao há, desejo consertar, eu vou.
Tornando o sono outra vez melhor e mais calmo, eu vou.

Eu vou pensar por uma noite em mim,
E decidir não pensar mais em mim,
E consertar o que fiz do que restou, de mim, o que restou?

E eu preciso ...

Preciso organizar as coisas como estão,
Não podem mais ficar como estão,
Não mais por mim, mas por quem eu envolvi,
Não posso envolver.

Vou agir, a hora chegou.