Pra onde olho vejo perspectivas
Olho pra dentro e vejo possibilidades vazias
VAZIAS
Não posso fazer nada, pois nesse momento estou sentado, ignorando (?) a cidade pegando fogo.
E LÁ NO MEIO DO FOGO
EU
ESTOU APRECIANDO MEU FIM
EM VIDA.
Desde 2009 nessa plataforma, falando de mim mesmo entre espasmos de tempo. Existem eras e eras na vida de qualquer ser, comigo não é diferente. Desde rima fácil à romance impossível, sentimento suicida e quem sabe traços de inocência pura. Eras, todos temos eras, essas são algumas das minhas.
sexta-feira, 5 de abril de 2013
sábado, 9 de março de 2013
MOBY - PORCELAIN
Olhar vazio, olhar curioso alternando. (Misto)
Observa um homem parado, olhando para o céu. (Alienação, Estagnação)
- Dentro do carro predomina as corres frias, em especial o tom azul claro e escuro. (Calmaria, Niilismo)
- Caminho à frente imenso. (Falta de perspectivas)
- Carro. (Mente)
- Retrovisor. (Visão do Futuro)
- Volante Vazio (Depressão, Niilismo, Loucura, Falta de Apego, Perigo)
Olhar sobre uma possível morte.MISTO DE SENTIMENTOS NO OLHARAlegria, Excitação, Masoquismo, Melancolia sob tudo.
- Nos meus sonhos eu morro todos os momentos.
Define frustração pela tentativa de suicídio(causado por ele/situação).
Logo após uma fisionomia revela um sentimento de dissimulação, desprezo pela causa.
O Carro sobe na calçada ----> Referência às tentativas de socializar, de se misturar.
O carro continua rápido, mas diminui a velocidade quando os olhos se voltam para a observação íntima dos hábitos culturais humanos.
Homem avistado, fisionomia triste/calma, desperta um olhar sério, talvez engajado num próximo objetivo.
Olhar para a frente destemido(?)
Pronto para tentar denovo.
Vazio à voltar - Colisão à vista!
Sorriso dissimulado, felicidade exposta em vista da morte prevista.
Não existe traço de maldade para com os humanos que iam se chocar com o carro, demonstra um personagem central calmo, mas observador do medo humano da morte. Dessa vez não existe frustração, só observação dos fatos.
Volta-se o olhar para a frente mais uma vez, dessa vez o olhar é carregado de dor e melancolia.
O carro sai da pista ---- Aponta desespero e métodos mais bruscos aplicados. Vida fora de trilhos, pronto para tentar mais uma vez (?).
Significa mudança de caminho, novas tentativas da mesma forma.
Rosto então sugere uma pergunta.
Questionamentos, uma nova chance é dada.
Contato com a natureza.
Sensação de paz invadindo. Mesmo assim as cores frias não deixam o carro.
Escapismo através da beleza.
MAS ainda nada preenche o vazio, pronto para tentar denovo.
Quando o mesmo tenta se chocar contra o tronco percebemos outro olhar.
Temos então nenhuma expressão de dor, entusiasmo ou alegria, temos DECISÃO.
Dentro disso o carro segue.
Take segue transpondo o tronco segundo a segundo, essa tentativa leva o mesmo à um estado de auto-aceitação e esclarecimento tão intenso, mais intenso que o começo da jornada suicida.
Percorrendo os campos ---- Vivendo, subindo uma colina --- Planejando algo.
Vacas nos campos --- Pessoas vão e vem, ainda planejando algo. (subindo)
Sinal de choque, sinal de dever cumprido
Respiração profunda, único dever cumprido.
Sem mais animais, nada pode parar.
Sorriso, apenas um sorriso de contentamento.
O carro se perde em meio à imensidão do desfiladeiro.
Seria mais um desfiladeiro? Ou Seria mais uma descida?
Sem animais, pode significar vida solitária e feliz, ou mesmo felicidade por não haver mais ninguém em volta e assim se pode morrer em paz, ou viver em paz.
I- PRELÚDIO DA RISADA OCULAR
Eis que o arquétipo do Olho se
fez presente, sendo que foi criança bem alimentada, temente ao seu Deus de todo
coração, desejoso da morte com a força de seus argumentos e servo de novo. E
isso era necessário para que o Olho se desse conta do que era, de quem era, e
quem era a não ser nada?
Tudo que existe é simples, tudo
que vive é uma cópia do que viveu, todo ser que existe e tem capacidade de
raciocinar sobre quem, é um produto de uma série de fatores que o criaram,
assim como muitos outros no seu caminho e ao longo da história. Também o Olho é
mais um dos arquétipos forjados no Teatro Miserável da Humanidade, uma peça
irônica que se repete e desencadeia fato que recaem sobre o indivíduo o
tornando acima de qualquer um, de qualquer ideia ou qualquer coisa que o mesmo
possa não se importar, e mesmo imenso dadas sua característica não passa de
mais um sopro de vida dada à carne, para sofrer e observar as coisas que o
rodeiam no tempo em que respirar.
O mundo é uma farsa, os mundos que
dão vida à Fé dos tementes deste também são. O que existe é a força da piada, a
vida como perspectivas que não merece, dadas meramente por carne que apodrece.
O que somos nós a não ser piada genética lançada sobre um punhado de terra que
orbita no meio do nada? Não seríamos nós produto das mesmas circunstâncias? O
profeta se pergunta o porque de tantos títulos dados a tolos, por tolos, sendo
admirados por tolos. Tudo se completa na mediocridade e mesmo assim as carnes
viventes em sua inocência se acham no direito de se nomear algo além do que
são, todas iguais.
Apenas o Olho é maior, não porque
é melhor que a carne, afinal, o Olho é carne também. O que torna o arquétipo do
Olho acima de toda e qualquer festa e guerra humana é o fato de reconhecer que
tudo, inclusive ele mesmo não são nada. Nada além da vergonha da piada irá além
da perspectiva do Olho, porque tudo soa irônico e belo na perspectiva do Olho.
Mas ainda assim o Olho é carne vivente, logo para que continue vivendo se
alimenta dos fragmentos de vida que lhe atravessam a visão, como o sorriso de
uma criança, ou a fé intacta de um sofredor, na maioria do tempo o Olho apenas
ri de si de forma feroz, ri de todos, ri de tudo e deseja morrer.
Que o arquétipo simples mude, que
o transforme no monstro, que o monstro se observe e então arranque-se da
carcaça, lance seus olho ao mar do esquecimento, aonde sozinho irá viver seu
tempo. Deixa a falta de perspectiva comungar com o Tédio, deixa o Olho sofrer e
rir ao mesmo tempo, deixa seus dizeres falarem desde o começo até a gargalhada
sobre mim, sobre ti, sobre tudo findar.
Quando um mártir morre, chega do
outro lado ainda em chamas. Independentemente de como morreu seu corpo brilha forte
em tons de laranja e azul e um fogo emana dos seus pés o encobrindo por
completo. Como se fosse uma grande fogueira, as labaredas que fluem pela coluna
tomam o céu e um barulho de fogo consumindo madeira ecoa pelos ares. O grito do
mártir se intensifica quando chega do outro lado, sendo que é impossível
definir os sentimentos que o mártir cria através dos mesmos, ora dor, ora paz,
ora sentimento de dever cumprido, ora intensa devoção definindo seus lábios.
Quando um mártir está em processo
de morte toda apreensão se vai. Olhe você mesmo nos olhos de um mártir,
comprove-me algum traço de pavor, de medo. É impossível porque é no processo de
morte que o mártir se encontra por completo, abraça a dor, beija o seu objetivo
e se sente atravessado pela meta cumprida. Inocentes não devem ser mortos, mártires
precisam ser mortos para que o arquétipo tenha sentido e o arquétipo traça a
história genética e os caminhos carnais por inteiro, desde o nascimento até o
reencontro.
O mártir tem vários nomes, ora
gênio, doente, lobo da estepe ou até ave do mal, todos eles são resultado da
ação incessante do mártir entender a si mesmo, num processo doloroso de auto-aceitação
da própria dor, envolta do sentimento de não pertencimento. O que são os
mártires se não grandes olhos, forjados geneticamente por algo ou acaso no
passado, para que a explosão de vida seja entendida? Os mártires não são
heróis, são os heróis que precisam do título para sobreviver.
Sobrevivem de migalhas de
atenção, de gratidão pura, de sorrisos não necessariamente provocados por eles,
da sensação de ser útil a algo. Qual o propósito do mártir? Qual o propósito? O
que um mártir não daria por ser um arquétipo comum? O que não daria o mártir
por somente ser lobo, ou mesmo por ser somente homem? Diga-me o que as Aves do
Mal conversam todos os dias pela madrugada? Como sairemos disso, como nos
sararemos, como viveremos? Quando as Aves do Mal conversam existe um sentimento
espelhado, como se todas elas se conectassem e estivessem num monólogo que se repete infinitamente, enquanto dura.
Mártires estão sozinhos, mártires nunca encontrarão mais que um abrigo
temporário e lá fora o vazio que reside dentro grita para que os mesmos
abandonem a ignorância forçada, a força que se impunha de forma ignorante
contra o mar de incertezas na certeza da morte na fogueira. Na fogueira o
mártir se encontra, na fogueira o mártir pertence à algo.
Deixa o lobo tomar conta por
instantes, deixa o homem sentir vergonha pela sua natureza dividida, maligna.
Deixa o rapaz lamuriar seu nascimento, deixa que ele entenda que ele realmente
nasceu quebrado, mas que não é sua culpa não conseguir se adaptar, por mais que
ele tente, por mais que ele se esforce. Ele vai perceber que só ele e os outros
eles, os de fora e os de dentro tem o prazer de sentir a música como um corte
profundo, o aperto na garganta de tomar as dores de terceiros como suas
próprias genuinamente. Feliz é aquele mártir que não possui alguém que chore
por ele então...
Porque o mártir é suicida, sim, o mártir é suicida. O mártir sabe o que ele é, de forma veemente se vê preso num estado niilista, implosivo, maldito por vezes. Covarde acima dos outros é o mártir que morre velho, guerreiro é o mártir que tira de si todo o poder de decidir sobre o futuro dos que o amam e assim se entrega às chamas. Lá nas chamas está o pertencimento, é lá que o mártir se encontra, sim, sempre será somente lá. Toda tentativa de viver é em vão para o mártir, e ele é mártir por continuar a viver aonde não comunga com nada, nem com a terra sobre seus pés. Mártir da causa dos perdidos, mártir de si mesmo e covarde para o mundo, parece bem justo.
Deixa eu voltar a minha
ignorância forçada, pelos meus de sangue, afinal, não é por eles que não me
entrego ao meu amor funesto? E o que virá depois é incerto pois falho ou não o
mártir encontrará seu caminho para as chamas e o depois será o vácuo, se os
sonhos do mártir se cumprirem pelo menos uma vez.
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