quarta-feira, 5 de dezembro de 2012


Todos os finais de ano são complicados pra mim, porque geralmente resultam de um ano conturbado (todos foram), logo me trazem algumas perguntas como:

PRA ONDE IREI?

O QUE FAREI?

RECOMEÇAR DENOVO?

É claro que uma série de fatores acrescenta força a esse evento de final de ano, como:

VERGONHA DAS COISAS QUE FIZ.

VERGONHA DAS PESSOAS COM QUEM ME RELACIONEI.

VERGONHA DO MEU PASSADO INTEIRO EM UM LUGAR EM QUE VIVO.

Mas sempre fomentadas pelo maior motivo, que no caso dá o tom “ponto final” em um lugar ou em uma história, este é:

O QUE EU COMECEI ERRADO E DEU ERRADO ESSE ANO, QUE IMPEDE MINHA ESTADA NESSE LUGAR?

Bem, é irônico...

Mas extremamente bem planejado. É claro que não sou um gênio do crime porque senão eu não estaria nesse círculo vicioso a muito tempo, usaria minha inteligência interpessoal acima da média para manipular a meu favor os dados, até faço isso, mas ocorre de forma aleatória...

Mas é o bastante para viver em vários lugares, o bastante para suprir a mim mesmo de desculpas para não enfrentar aquilo e seguir em frente (mais uma vez).

Minha vida é errante e o meu destino é incerto, não planejo nada além do ano em que estou vivo e algo me diz que não vou muito longe e com nada no bolso, mas fazer o que? Sou um Lobo da Estepe, me aproveitando de um momento de não crise para vomitar um pouquinho de verdade. 

O que dizer sobre o contentamento inerente à maioria?
Observo que para uma pessoa comum manter um padrão de felicidade contínuo não precisa de muito, geralmente dificuldades diárias que alternem em intervalos compassados, no vácuo das lutas cotidianas temos o sentimento de liberdade e contentamento. Felicidade é o termo que preenche essas lacunas aonde os problemas são amenizados ou ultrapassados por momentos agradáveis, felicidade, contentamento.
Posso fazer uma observação sobre isso, e é esta a minha grande admiração pelas pessoas normais, pelo cidadão comum que nasce para servir e se apega a essa vida de forma que eu não posso nem mensurar delicada, primordialmente simples, o que é belo, beleza que eu não posso ter e nem cogito tentar mais uma vez (até ser forçado?).
Não consigo manter momentos de felicidade, constantemente sou bombardeado pelo tédio, pela vergonha de momentos felizes que vivi, seguida pelo tédio e desespero de viver. Por que não consigo? Aparato para viver alegre eu tenho, para respirar aliviado depois de um problema resolvido e para estar  contente com as pequenas coisas da vida, mas nem isso tenho mais, nem um sorriso inocente me desperta mais vida como antes, por que?
Posso ver também isso refletido em meus relacionamentos, por que nunca estou feliz com ninguém? Quer dizer camaradas, sei que devo fazer a coisa certa, sei que devo fazer X para conquistar e fazer alguém feliz, mas é tudo tão maquinado e artificial que desconfio seriamente das possibilidades de alguém me surpreender depois de uma semana. Eu conheço, eu desvendo, eu convido à algo subentendido, eu uso, eu não mudo, eu tenho tédio, descarto e esqueço. Não deve ser assim, eu quero ser normal e manter minha felicidade rasa, eu quero sim, mas não posso, sou um poço de frieza escondida por boas atuações.