terça-feira, 2 de outubro de 2012

Felicidade o termo Inexistente


Uma vez li em um site de conteúdo niilista que o ser humano é condicionado a depositar suas esperanças no futuro, porque é algo além do alcance de suas mãos, ao passo que garante ao passado grande culpa pelo que é e o que possui no presente, também conferindo ao passado certa nostalgia, resultado de momentos que dita como inocentes, felizes. E fomos ensinados que no passado sempre há lembranças boas, que o futuro pode ser bom e que o presente é o campo de batalha, o presente é luta, o presente é ruim. Mas o presente vira passado, certo? A Felicidade então seria um termo utópico?
Confesso que fiquei algum tempo ruminando o assunto, seria a Felicidade uma mentira?  Não podemos voltar ao passado e o futuro sempre estará longe das minhas mãos, se o meu presente sempre é mal então eu nunca fui e nem serei feliz, será? Será que o fato de sentir nostalgia está intimamente ligado ao comportamento que absorvi dos que estavam a minha volta? Quer dizer, todos dizem que o passado foi melhor, mesmo que ruim sempre existem os momentos nostálgicos, de paz, alegria intensa, seriam eles reais ou só memórias reeditadas para tomar o sentido que todos dão? A Felicidade existe?
Eu mesmo posso afirmar que tenho fragmentos de momentos que vivi e julgo felizes, no melhor deles estou deitado na grama sob a sombra de uma árvore conversando com amigos sobre Deus. Naquele momento eu não poderia afirmar que aqueles flashes seriam o que eu me traz algum sorriso ao rosto hoje.

“Pequenos momentos de esperança podem fazer um estrago enorme na sua vida se você tem em mãos um celular ou acesso a internet.”

Imagine a seguinte cena: Você está cruzando de barco o rio Araguaia ao amanhecer, a brisa fria passeia pela sua pele e seus braços se cruzam sobre o peito e então você observa as águas que agora estão tingidas em tons de amarelo cintilante, milhares de pontos luminosos refletidos brilham sob as correntes e a grande estrela aquece sua pele lentamente, mas você ainda tenta encarar o sol, seus olhos se contraem com a forte luz, como se não bastasse, nos fones de ouvido uma música do Legião Urbana soa acústica e poética, um momento para se guardar na memória, certo? Bem, aconteceu comigo hoje, percebi então que eu olhava com respeito a tudo aquilo, com a impressão de que tinha que guarda-lo como memória, como um momento inspirador, mas soava normal, sem sentimentos, sem o ardor que as memórias proporcionam, normal. Apenas a imposição do meu subconsciente sob certos tipos de momentos que deviam ser eternos, deviam. Talvez amanhã eu lembre flashes dessas viagens pelo rio como uma dessas memórias que julgo felizes, mas hoje posso afirmar que não sou feliz e que não existem momentos de felicidade e por que eu afirmo isso? Porque não lembro a música que estava ouvindo.
“Toda paixão avassaladora é egoísta, só existe em nossas mentes para suprir nossa carência de aventuras e vem parar fincar nossas esperanças em algo situado no impossível.”

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