sábado, 9 de abril de 2011

Se pudesse voltar os segundos


Se pudesse voltar os segundos, voltaria no exato momento em que minha essência me apontou você, para que pudesse sentir aquele perfume envolvente mais uma vez, que vinha com toda força, me tomando por completo e me fazendo fechar os olhos com toda intensidade e respirar a sua vida.
E num abraço que nos uniu, pode-se ouvir o som das águas, a sensação era que o tempo realmente era relativo, seus braços rodeando meu corpo, meu corpo se aconchegando e um rasgo na realidade, como se tudo girasse em nosso favor, como se eu fosse uma criança que realmente chegou à conclusão de que estava feliz, totalmente completa. Respirando compassadamente, e nunca retendo as lágrimas que teimavam em descer descompassadamente, pra que reter o fluxo de vida? Se nesse instante só estávamos nós, e meu novo nascimento acabava de acontecer?
Momento de confronto, todos os meus sonhos revistos e modificados, minhas convicções totalmente destruídas em um segundo. Toda minha constituição moral mudada drasticamente, como se um vortex imenso invadisse meu ser, me quebrando por dentro e refletindo mudanças altíssimas por fora. Um novo ser renascido e pulsante.
Mas meus pensamentos me trouxeram a realidade mais uma vez, eu pude contemplar o caos mais uma vez, e quando olhei pra dentro de mim, ví que havia um rasgo no meu peito, como se alguém tivesse me dado um tesouro para guardar e proteger e me tivesse sido arrancado sem nenhuma permissão, me trazendo um sentimento fortíssimo, o que eu classificaria como morte.
Se eu pudesse voltar os segundos, me contemplaria quando fúi feliz, e constataria que a felicidade realmente está no âmago da simplicidade, em seus braços, querida inocência perdida, que um dia me teve, e foi de mim tirada, porque eu mesmo dei a legalidade para que fosse feito.

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