quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Enquanto - Manoel Carneiro


Enquanto a noite não se vai,
Enquanto o sopro de torpor entrar pela janela.

Enquanto as utopias más,
Apontam que a morte vem,não sei se posso recusar.

Me abrace enquanto posso respirar e optar por ir sem me deixar,
Sonhar com coisas impossíveis.

Enquanto o vento me traz toda a coragem pra tal,
Mergulhar num sono sem fim e não sonhar.

Enquanto eu me vou, todos os meus dias aqui,
Todos os meus dias sem viver.

Enquanto não atender,
Ligações nem o portão eu vou me esconder, eu sei.

E quando a noite chegar,
Liberdade pra pesar o que perdi e nunca fiz.

Traga o descanso pra mim enquanto eu posso aceitar,
Todos meus defeitos tão vãos pra não sonhar.

Enquanto eu me vou, todos os meus dias aqui,
Todos os meus dias sem viver.

Meus olhos fracos,fracos maus,
Já olham para o que fui,
E admitem que não há,
Razão alguma pra tentar.

Desilusões um ciclo bom,
Que se repete até o fim,
Me abrace e me leve já,
Antes que eu volte a sonhar.

Enquanto eu me vou, todos os meus dias aqui,
Todos os meus dias sem viver.

Enquanto eu me vou, todos os meus dias aqui,
Todos os meus dias sem viver.

Nenhum comentário:

Postar um comentário