sábado, 9 de março de 2013

I- PRELÚDIO DA RISADA OCULAR




Eis que o arquétipo do Olho se fez presente, sendo que foi criança bem alimentada, temente ao seu Deus de todo coração, desejoso da morte com a força de seus argumentos e servo de novo. E isso era necessário para que o Olho se desse conta do que era, de quem era, e quem era a não ser nada?
Tudo que existe é simples, tudo que vive é uma cópia do que viveu, todo ser que existe e tem capacidade de raciocinar sobre quem, é um produto de uma série de fatores que o criaram, assim como muitos outros no seu caminho e ao longo da história. Também o Olho é mais um dos arquétipos forjados no Teatro Miserável da Humanidade, uma peça irônica que se repete e desencadeia fato que recaem sobre o indivíduo o tornando acima de qualquer um, de qualquer ideia ou qualquer coisa que o mesmo possa não se importar, e mesmo imenso dadas sua característica não passa de mais um sopro de vida dada à carne, para sofrer e observar as coisas que o rodeiam no tempo em que respirar.
O mundo é uma farsa, os mundos que dão vida à Fé dos tementes deste também são. O que existe é a força da piada, a vida como perspectivas que não merece, dadas meramente por carne que apodrece. O que somos nós a não ser piada genética lançada sobre um punhado de terra que orbita no meio do nada? Não seríamos nós produto das mesmas circunstâncias? O profeta se pergunta o porque de tantos títulos dados a tolos, por tolos, sendo admirados por tolos. Tudo se completa na mediocridade e mesmo assim as carnes viventes em sua inocência se acham no direito de se nomear algo além do que são, todas iguais.
Apenas o Olho é maior, não porque é melhor que a carne, afinal, o Olho é carne também. O que torna o arquétipo do Olho acima de toda e qualquer festa e guerra humana é o fato de reconhecer que tudo, inclusive ele mesmo não são nada. Nada além da vergonha da piada irá além da perspectiva do Olho, porque tudo soa irônico e belo na perspectiva do Olho. Mas ainda assim o Olho é carne vivente, logo para que continue vivendo se alimenta dos fragmentos de vida que lhe atravessam a visão, como o sorriso de uma criança, ou a fé intacta de um sofredor, na maioria do tempo o Olho apenas ri de si de forma feroz, ri de todos, ri de tudo e deseja morrer.
Que o arquétipo simples mude, que o transforme no monstro, que o monstro se observe e então arranque-se da carcaça, lance seus olho ao mar do esquecimento, aonde sozinho irá viver seu tempo. Deixa a falta de perspectiva comungar com o Tédio, deixa o Olho sofrer e rir ao mesmo tempo, deixa seus dizeres falarem desde o começo até a gargalhada sobre mim, sobre ti, sobre tudo findar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário