Eis que o arquétipo do Olho se
fez presente, sendo que foi criança bem alimentada, temente ao seu Deus de todo
coração, desejoso da morte com a força de seus argumentos e servo de novo. E
isso era necessário para que o Olho se desse conta do que era, de quem era, e
quem era a não ser nada?
Tudo que existe é simples, tudo
que vive é uma cópia do que viveu, todo ser que existe e tem capacidade de
raciocinar sobre quem, é um produto de uma série de fatores que o criaram,
assim como muitos outros no seu caminho e ao longo da história. Também o Olho é
mais um dos arquétipos forjados no Teatro Miserável da Humanidade, uma peça
irônica que se repete e desencadeia fato que recaem sobre o indivíduo o
tornando acima de qualquer um, de qualquer ideia ou qualquer coisa que o mesmo
possa não se importar, e mesmo imenso dadas sua característica não passa de
mais um sopro de vida dada à carne, para sofrer e observar as coisas que o
rodeiam no tempo em que respirar.
O mundo é uma farsa, os mundos que
dão vida à Fé dos tementes deste também são. O que existe é a força da piada, a
vida como perspectivas que não merece, dadas meramente por carne que apodrece.
O que somos nós a não ser piada genética lançada sobre um punhado de terra que
orbita no meio do nada? Não seríamos nós produto das mesmas circunstâncias? O
profeta se pergunta o porque de tantos títulos dados a tolos, por tolos, sendo
admirados por tolos. Tudo se completa na mediocridade e mesmo assim as carnes
viventes em sua inocência se acham no direito de se nomear algo além do que
são, todas iguais.
Apenas o Olho é maior, não porque
é melhor que a carne, afinal, o Olho é carne também. O que torna o arquétipo do
Olho acima de toda e qualquer festa e guerra humana é o fato de reconhecer que
tudo, inclusive ele mesmo não são nada. Nada além da vergonha da piada irá além
da perspectiva do Olho, porque tudo soa irônico e belo na perspectiva do Olho.
Mas ainda assim o Olho é carne vivente, logo para que continue vivendo se
alimenta dos fragmentos de vida que lhe atravessam a visão, como o sorriso de
uma criança, ou a fé intacta de um sofredor, na maioria do tempo o Olho apenas
ri de si de forma feroz, ri de todos, ri de tudo e deseja morrer.
Que o arquétipo simples mude, que
o transforme no monstro, que o monstro se observe e então arranque-se da
carcaça, lance seus olho ao mar do esquecimento, aonde sozinho irá viver seu
tempo. Deixa a falta de perspectiva comungar com o Tédio, deixa o Olho sofrer e
rir ao mesmo tempo, deixa seus dizeres falarem desde o começo até a gargalhada
sobre mim, sobre ti, sobre tudo findar.
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