sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Grito Real - Manoel Carneiro



Sinto que carrego um monstro que se alimenta de mim e não sou eu.
Suga sonhos, cria cascas, fomenta ilusões tão belas, mas não sou eu.

E se sou eu imploro que não me toque porque é mal.

Não me toque porque não sou bom,
E sempre eu serei mal e só, mas eu não quero.
Tudo que eu falo pode iludir, criar e destruir em pouco tempo, tão pouco tempo.

Nos momentos de utopia sonho com cores primárias, sentimentos simples e amor.
Logo a quimera rasga minha mente doentia e causo dor.

Mesmo querendo fugir desse abismo frio não posso mais.

Não me toque porque não sou bom,
E sempre eu serei mal e só, mas eu não quero.
Tudo que eu falo pode iludir, criar e destruir em pouco tempo, tão pouco tempo.

As horas passam, os cenários mudam, pessoas me olham e sofrendo me deixam,
Porque existe uma sombra gelada que mostra que elas não podem se aproximar.
E a ilusão colorida é quebrada num passe de mágica com uma ação dura e cruel,
Pois o que existe além dessa casca só clama por ver sofrimento junto ao meu.

Cada lembrança de chances perdidas, de sonhos quebrados, de vidas marcadas,
São como gritos que acusam, que selam o futuro que já foi escrito pra mim.
Foje de mim o controle dos atos que soam cruéis mesmo que também sofra porque,
Sou o culpado, um erro maldito e o escolhido pra somente destruir.

Não me toque porque não sou bom,
E sempre eu serei mal e só, mas eu não quero.
Tudo que eu falo pode iludir, criar e destruir em pouco tempo, tão pouco tempo.

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